quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Tradição de quilombolas em Floresta, PE, é mantida pelo Instituto Raízes

Além do trabalho de pesquisa e aplicação da arte, ações beneficiam o social.
Comunidade tem menor incidência de violência e uso de drogas, diz educador.

Do G1 Caruaru
Coco de Roda (9)

Traços materiais da cultura afrobrasileira estão presentes em uma igreja construída no século XVIII por negros escravizados, em Floresta, no Sertão pernambucano. A memória imaterial, no entanto, estaria ameaçada e caindo no esquecimento, segundo o Instituto Raízes, e isto motivou os integrantes a fortalecer a identidade dos remanescentes quilombolas do município.
A instituição desenvolve o trabalho de resgate há quatro anos com cerca de 50 adolescentes e jovens. Uma das atividades é a música entoada pelo grupo de maracatu Afro Batuque, lançando mão de alfaias, abês, taróis, atabaques e gonguês. “Todo trabalho tem sido feito com pesquisas em relação à origem dos povos afrobrasileiros. A gente puxou da ligação dos quilombolas, da negritude florestana, da devoção à Virgem do Rosário e da sintonia com o maracatu”, explica Libânio Neto, arte-educador do grupo, cuja sede é situada na Rua Eloi Torres de Barros.
De acordo com este professor, as atividades trouxeram resultados positivos. “Essa comunidade aqui hoje é o bairro com o menor incidência de violência e a menor incidência do uso de drogas entre adolescentes e jovens”. O trabalho é aprovado pelos familiares. “Tem muitos aqui que às vezes nem tinham o que fazer e hoje tem. Vão pra escola e depois vêm para o grupo”, conta Laurinda Gomes.

Fonte G1